sábado, 22 de setembro de 2012


As Ordens religiosas são a forma mais comum da vida consagrada na Igreja Católica. Pelo menos segundo a hierarquia católica, os monges oufrades (que compõem a maior parte dos membros das ordens religiosas) podem ser leigos ou clérigos consagrados. Eles vivem em comunidades fechadas (mas muitas vezes não isoladas), afastadas do mundo, e seguem uma regra religiosa.
Basicamente, existem quatro tipos de Ordens religiosas:
§  as monásticas: são formadas por monges ou monjas que vivem enclausurados em mosteiros. Exemplos: BeneditinosCistercienses,ConcepcionistasCartuxosJerónimos e Trapistas.
§  as mendicantes: são formadas por frades ou freiras que vivem em conventos. Eles não são tão isolados como os monges, tendo por isso um apostolado mais activo no mundo secular (ex: obras de caridade, serviço aos pobres, pregação e evangelização). A sua sobrevivência depende das esmolas e dádivas dos outros, porque eles renunciaram a posse de quaisquer bens, compromentendo-se em viver radicalmente napobreza. Exemplos: FranciscanosDominicanosAgostinianos e Carmelitas.
§  as regrantes: são formadas exclusivamente por cónegos regrantes. Exemplos: Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e Ordem Premonstratense.
§  as de clérigos regulares: são formados exclusivamente por clérigos regulares ou consagrados (os cónegos são excluídos). Eles não vivem uma vida comunitária tão enclausurada e austera como os monges ou como os frades, tornando-se por isso muito mais disponíveis para o apostolado. Com isto, eles ajudam grandemente o clero secular em áreas como a liturgia, a administração dos sacramentos, a educação e a evangelização. Exemplos: CrúziosTeatinosJesuítas e Escolápios.
As Ordens religiosas são diferentes das congregações religiosas, porque as últimas professam somente a versão simples dos votos evangélicos, enquanto que as primeiras professam a versão solene e mais austera (ou radical) destes mesmos votos. Os seus estilos de vida também os diferenciam.
História
As Ordens religiosas nasceram da necessidade do Cristianismo de agrupar esforços móveis no sentido da propagação da religião. Para o efeito, criaram-se ordens militares, que iriam combater os infiéis (além das Cruzadas), e ordens religiosas que iriam ser responsáveis pela gestão e manutenção desses fiéis. Outras ordens seriam mistas e/ou dedicadas apenas ao suporte de peregrinos.
Desde o início do cristianismo existiram homens e mulheres, que procuraram seguir a Jesus Cristo com uma maior liberdade, consagrando a sua vida a Deus. No final do Império Romano, em virtude da sua conversão, milhares de fieis recém-convertidos abandonaram as suas casas, as suas cidades e refugiaram-se em lugares desertos ou simplesmente mais ermos, por forma a levarem um modo de vida mais consentâneo com aquilo que entendiam que era o modelo de vida de Cristo e dos primeiros cristãos.
Por vezes, esses cristãos agrupavam-se em pequenas comunidades, para as quais se tornou necessário criar não apenas algumas regras de convivência, mas, posteriormente, um modelo de sociedade que pudesse ser repetido em diferentes locais.
Nasciam assim as primeiras ordens, mais ou menos formais, mais ou menos aceites pela hierarquia.
O primeiro grande codificador e fundador de uma ordem religiosa, a qual teve um imenso significado, sobretudo na Europa foi São Bento de Núrsia, o qual fundou uma comunidade no Monte Cassino.
Desse centro e mediante a propagação da respectiva regra, foram-se criando dezenas e centenas de mosteiros por todo o continente.
Tinha aquela regra a simplicidade necessária para cobrir quase todos os aspectos da vida cotidiana de uma comunidade religiosa, definindo os tempos de oração, os tempos de trabalho, os tempos de descanso, bem como as regras sobre deveres mútuos, resolução de conflitos, penas, etc.
Posteriormente, outros fundadores, fosse por acrescentarem algum carisma especial, fosse por as circunstâncias históricas, sociais ou geográficas assim o exigirem, foram adaptando e alterando a Regra de São Bento, criando novas comunidades e novas Ordens.
As Ordens religiosas em Portugal foram extintas em 1834. Actualmente, algumas delas voltaram a ter presença neste país que já não é anti-clerical.